À Iracilda Medeiros
I
Distante de ti lembrarei os
pequenos abraços
Carro e bicicleta sempre se perdem
E diante disso eu abdicarei feliz
dos teus sapatos
Tu me esqueceras como desejo de
velho
Como o primeiro aniversário do
avô do asfalto
As caminhadas continuarão a
finalizar todas as tardes
Os lugares estranhos ainda me
assustam
Evita o escuro para melhor
sonhar.
Tua ausência é forte mesmo na
primavera.
Busco a solidez em mim
Na direção do horizonte.
II
A sua ação me provoca arrepios
Escuto o silêncio amargo e
dependente
Longe eu perco os sorrisos das
mulheres
Diferentes na vontade que nunca
falaram de ti
Evita que os ventos destruam teus
penteados,
Esses sempre acalmaram um dia sem
mim
Sem passeios curtos, sem grandes
sombras.
Tem naquele que não foi a sua
perna que me acompanha
Que me prende fraco em pouco
tempo.
Nós seríamos únicos, porque teu
grito eu o completo.
Evita que as chuvas caiam sobre
tuas roupas.
Essas te marcaram por demais
E às vezes fez mares de lágrimas
Que nunca esqueceras.
III
Lembrarei as tuas promessas de vinda.
Os almoços felizes estão no meu desejo.
Descansarei sem ti como o primeiro santo
Que levado pelo esquecimento não cantará.
IV
Lembrarei os teus pecados cometidos.
Os parques estarão vazios sempre
O carrossel e a roda gigante.
Sua orelha não mais pesará
Metal e plástico sobre o amarelo.
Seu nariz não mais sangrará
O branco do lenço que recebeu ao amanhecer
Pois dançaremos música clássica
Na estação que deverá ser primavera.
Para sempre lembraremos ela como o primeiro beijo
Para sempre estarás comigo.Isaac Medeiros
O trabalho Para sempre de Isaac Medeiros está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://intellegere-verbatim.blogspot.com.br/2013/11/para-sempre.html.
Nenhum comentário:
Postar um comentário