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domingo, 15 de dezembro de 2013

Uma canção de rádio


À Ielon Gustavo

Pelo rádio aprendi uma estória de um homem varonil
Amargo e opaco, sorrir é sua principal função social
Ao alimentar seus gatos gera proles sadias
Utopia que arruína o combate ao imaginário pagão.

Em encontros revela hábitos considerados virilizantes
Seus flertes não oferecem recursos ao egoísmo
Vive no álcool imensa diversão do espírito
Como se colocasse orgulho sem limites nos tragos.

Enquanto caminha com passos libertinos
Pululam nos sapatos cores celibatárias
De uranistas com incapacidade acentuada para adaptar-se à norma
Moradores de territórios de proezas e exotismo.

A imagem de desquitado oblitera uma realidade sensível
Cordial ou branda a repressão do ócio é figura da vadiagem.
Quando a rua se torna um carnaval lascivo
Devemos considerar a racialização do sexo?

Tem na forma de tratar um paradigma legítimo
O abraço prodigioso não coloca o outro como subalterno
Se a natureza lhe permite ações machistas e misóginas
É porque recorres a mecenas que lhe garante prestígio e proteção.


Isaac Medeiros
Licença Creative Commons
O trabalho Uma canção de rádio de Isaac Medeiros está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://intellegere-verbatim.blogspot.com.br/2013/12/uma-cancao-de-radio.html.

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